Abre clarões à cega na procura doentia do novo combustível do futuro.
O povo agüenta com o sabor acre, mais uma vez.
A mamona vigora nos campos enchendo olhos e bochechas rosadinhas.
Futuro portentoso da terra que viceja por vícios repetidos.
E deus, o homem-barba que perdera o dedo mindinho quando da sua vinda pros campos de concentração, não permite o sacrifício necessário.
Brasil com seus negros viris de braços grossos, com a sua cor vermelha de terra, de corante de pau, agüenta o tranco porque a dor é o seu desejo incontido.
Filhos da ordem, sem as turbas bárbaras do norte, só permitimos o tapinha nas costas porque as almas, mesmo aviltadas, não se embotam.
Não se admite martelos e foices porque os terços continuam nos dedos.
Sábio povo de ancas largas!
Sábias frontes rosadas imberbes que cultuam estrelas vermelhas;
Esperam, ansiosas, o florescer inepto da barba revolucionária, e o gotejar mortífero dos óleos dos campos desérticos.
Lua
Há 8 anos
Um comentário:
Sua escrita é poderosa, amigo! Abração
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