“Assimetria das curvas dos rios daquelas matas interiores tocando as linhas retas das estradas da Nova Ibéria; anúncio do novo com seus chips eletrônicos e suas danças para chuvas”.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Zumbi abrindo Xingu II

A negro leo.

Sob os pés da humanidade de cinza tez
A quentura do magma
Feito preto-feijão em panela véia a destroçar nervos,
Doce sumo revolucionário do que resta
Do banquete de rosada gente.

Sobre os cílios que farfalham em sorriso-bananeira,
Ventos intrépidos, quiçá tambores de guerra,
Toda pressão da atmosfera em banho crepuscular
Que comprime argolas e patíbulos
Em carne crua e magra,
Preta carne num caledoscópio sem cores.

O sangue festivo quando não arde em pus de ferida aberta,
Explode vermelho em cantiga de noite
Quando os senhores dormem seu sonho culpado
E a canalha dorme em sonho acordado.

Pra lá do poente neon-anil,
Ver-te em sons é expurgar o pecado da cor
É fazer-te em preto-escuro, quase rubro,
Esta noite clara e sem estrelas.

Um comentário:

Denise Andrade disse...

como escreve intenso...
e como me encanta Luizim
besos