“Assimetria das curvas dos rios daquelas matas interiores tocando as linhas retas das estradas da Nova Ibéria; anúncio do novo com seus chips eletrônicos e suas danças para chuvas”.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O que é o silêncio?

O silêncio são seis cordas sem guitarras.

Jairo Anibal Niño.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Memórias Cubanas

Preguiçoso, fui a Cuba e até agora nada de palavras que toque o sonho acordado. Vontade de retorno, tudo muito embaralhado e a promessa de poesia com as barbas de Fidel. Nesse ínterim brinco com os meus pêlos: bigode, barba, cavanhaque, costeleta... Amigos soçobram, e sozinho tenho mais paz. Meu dedo, desde que me credenciaram um rabisco socialmente útil,
está mais rígido que outrora, parafusos a enroscar as banhas dos outros. Os outros, o inferno de todo dia, metralhadoras a romper meu tímpano. Os outros, Revolução social, marchinha militar matutina em Cienfuegos... Camilo? Não, recrutas nascidos em 26 de Julho a serpentear o corpo em possessão de maracas reverberando calientes nos sacolejos de gringa obesa.
La antevision del progreso de la humanidad: Um pau tropical.

domingo, 2 de janeiro de 2011

entoada do velhinho na estrada da fazendinha Nossa Senhora de Aparecida

Velhos, quase acabados, não permitem ainda a composição final que ecoaria em matéria dura, apodrecida nos caixotes fúnebres, no gozo pesar dos que ficam ainda inconclusos.

São tortos em seu vagar, mal se encaixam nos passos que um dia foram firmes na terra esturricada, batida dos serros distantes, no tempo inscrito em ruga do corpo que aponta pra dentro.

Murchos, espreguiçam os beiços para orvalhar gostos, arregalam olhos cinzas que não discernem cores. Apontam pra dentro como seu o Sol, o vivo rubor, fosse a lembrança de um Sol vivo que enverdecia as folhas do milho,

Em cada sabugo torcido, mil sóis a vibrar em nossos ventres dormidos.