Ao ser vertido açúcar, impulso para o último voo do mosquito
Reconheço-me no fardo democrático de ser comum.
Araucania
“Assimetria das curvas dos rios daquelas matas interiores tocando as linhas retas das estradas da Nova Ibéria; anúncio do novo com seus chips eletrônicos e suas danças para chuvas”.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
domingo, 31 de maio de 2015
terça-feira, 18 de novembro de 2014
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Mais dois passos
Eis mais uma vez em exercício
vão: melhorar o palavrório, cutucar doçuras, andar dois passos inventando razão.
Em mim um bicho humano rumina, rela em minhas arestas mínimas seu sebo viral,
debruça sobre ancas largas seu peso de macho, regozija-se do esforço de se
fazer-se enquanto tal. Bicho pequeno que exalta as estrelas, és esforço inútil
como musgo em parede, como o roçar de tetas de feras acasaladas, és gratuito
como esta noite, como todas as noites de céu ilusório, piscadelas indiferentes
de nosso senhor (nosso?).
És fera, bicho humano, bicho!!!!, entre uma equação e outra.
Eis mais uma vez em exercício
vão: andar dois passos inventando razão.
domingo, 9 de março de 2014
É!
é de fôrma o escarro que sai destas ventas entumecidas? é de ideia a poeira sob as unhas que roçaram teu corpo morno de nervos dilacerados? é de verdade o estafo dos musgos esquecidos em pedras pré-históricas? é de lógica os miúdos estalados no asfalto de gato atropelado? é de ser o devir que me esmaga e me inventa no dorso de mim mesmo?????
é de fôrma o escarro que sai destas ventas entumecidas? é de ideia a poeira sob as unhas que roçaram teu corpo morno de nervos dilacerados? é de verdade o estafo dos musgos esquecidos em pedras pré-históricas? é de lógica os miúdos estalados no asfalto de gato atropelado? é de ser o devir que me esmaga e me inventa no dorso de mim mesmo?????
segunda-feira, 3 de junho de 2013
VERSO
Quando entardece a quentura espeta o nervo
De rubro o céu que se faz em pinceladas febris
Ao rubro sangue que aperta os canais de minh’alma
Resta o desejo de tarde no contrátil do corpo miúdo
Que é o anúncio do extenso por-vir
A madrugada tímida que sobe da vela de um dia exausto
No banho crepuscular da aurora faceira que aponta de trás do
monte:
O calmo das águas estreitas, o sibilar dos sinos barrocos, a
pirueta de saci amestrado
A certeza indigesta que é mais longe, nos tarde das horas,
Que o verso vem!
sábado, 20 de abril de 2013
"Vede o espectador teatral. Logo que o último ato chega ao meio, ei-lo nervoso, danado por sair. Para quê? Para tomar chocolate depressa. E por que depressa? Para tomar o bonde onde o vemos febril ao primeiro estorvo. Por quê? Porque tem pressa de ir dormir, para acordar cedo, acabar depressa de dormir e continuar com pressa as breves funções da vida breve" (João do Rio).
Seres
autômatos desfilam em suas funções diárias cientes de sua
liberdade para escolher a cor do refrigerante. Escolhemos também a
forma de pagamento quando podemos pagar. Determinismos mil explicam o
assombro dessas vidas que passam no trânsito de um estímulo ao
outro. Não há afecção, intervalo para o prenúncio do gozo. Há
cosquinhas no baixo ventre e a satisfação pueril de quem persegue a
todo custo qualquer prazer. Não há introspecção. Há atrofia e
explicações sociológicas mirabolantes para o automatismo e o
desencantamento do mundo. O mundo encantado é que se aliena dos
homens para não participar deste espetáculo tétrico do deboche
universal. Os deuses dão as costas. Desencantamento nosso, as coisas
do mundo não tem nada a ver com isso. O esforço de humanização
nos retira a viscosidade do chão em troca de asfalto, proteção e
ordem A arte autômata é objeto do escrutíneo sociológico,
produto social, afinal todos somos humanos. Autômatos, mas homens. E
de uma ação apressada a outra, a promessa do gozo fugidio do
próximo instante ao som de Mr Catra ou Satie. É o império
democrático da indiscernibilidade. Saudade minha da escatologia
cristã ou marxista ou qualquer metafísica que devolva a grandeza
das coisas!
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